A influência de favoritos nas relações sociais e políticas é um tema que sempre gerou muita polêmica. Na esfera pública, o fenômeno do nepotismo e a figura dos apadrinhados são exemplos claros de como o favoritismo pode afetar a ética e a justiça. Mas, na vida privada, muitas vezes, o favoritismo é considerado normal e até mesmo positivo, estabelecendo laços mais fortes entre amigos, familiares e colegas.

Esta dualidade é um indicativo da complexidade do favoritismo enquanto processo social. Por um lado, ele pode fortalecer vínculos afetivos e facilitar o processo de tomada de decisões de quem os favorece. Por outro lado, ele pode criar uma desigualdade entre pessoas com base em critérios pouco justos e levar a práticas pouco éticas.

No entanto, para além desses aspectos mais discutidos, vale a pena mencionar outros riscos e oportunidades associados ao favoritismo.

Um dos riscos é a criação de uma rede de exclusão. Quando uma pessoa é favorecida em detrimento de outras, pode surgir uma sensação de injustiça que mina a confiança nas relações sociais. Além disso, essa rede tende a se perpetuar, sua influência aumenta a cada vez que é utilizada, o que pode contribuir para a perpetuação de desigualdades em diferentes áreas da vida.

Outro risco é a manipulação da opinião pública. Quando a influência dos favoritos se estende para o campo político, podemos falar de casos de influência corrupta e até mesmo de crimes. O nepotismo é um desses casos, mas há outros como o abuso de poder, o tráfico de influências e o favorecimento de empresas amigas, que podem prejudicar o desenvolvimento do Estado e afetar diretamente a vida das pessoas.

Por outro lado, o favorecimento pode ser visto como uma oportunidade para que talentos não convencionais tenham mais oportunidades. Por exemplo, um jovem sem experiência pode ser favorecido pelo filho de um empresário; uma pessoa com poucos contatos pode ser apresentada às pessoas certas; ou um artista iniciante pode ser reconhecido pelo mundo através de uma pessoa influente.

Nestes casos, o favoritismo pode ser visto como uma forma de amplificar as possibilidades de quem não tem a mesma visibilidade que outras pessoas.

Porém, essas oportunidades também devem respeitar alguns critérios éticos, como a meritocracia e a justiça, para que não sejam apenas uma forma de consolidação de privilégios de uma minoria.

Além disso, o favorecimento de uma pessoa pode, em contrapartida, prejudicar outras pessoas que também têm o mérito de alcançar seus objetivos, mas não têm as mesmas vantagens. Por isso, é necessário um equilíbrio entre estabelecer relações de apoio e evitar a perpetuação de desigualdades.

Em resumo, o favoritismo é um fenômeno presente em diferentes áreas da vida, mas sua influência deve ser encarada com cuidado. Ele pode facilitar a criação de redes de exclusão, provocar casos de opinião pública falsa e até mesmo afetar negativamente a vida das pessoas. Por outro lado, também pode ser uma oportunidade para que talentos não convencionais sejam reconhecidos. É necessário encontrar um equilíbrio entre estabelecer relações de apoio e evitar a perpetuação de desigualdades.